Vila Verde: boas práticas sociais são aposta para a qualidade de vida dos cidadãos
O município de Vila Verde foi distinguido pela aposta em boas práticas com projetos sociais para apoio aos cidadãos. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, presidiu à cerimónia na V Conferência Internacional sobre a Governação Integrada. Em entrevista, Júlia Fernandes, vereadora da educação, cultura e ação social do município de Vila Verde, explica a importância desta distinção para a região.
* Entrevista extraída da publicação País Positivo – Semanário SOL, 22 de fevereiro de 2020
– O município de Vila Verde tem a preocupação de promover boas práticas com a intenção de melhorar a qualidade de vida dos munícipes. Esta iniciativa teve uma distinção a nível nacional. Qual importância deste prémio para a região?
Júlia Fernandes – O Município de Vila Verde marcou presença na V Conferência Internacional sobre a Governação Integrada para receber o certificado de participação na iniciativa “O Poder da Colaboração” e “Criação de um Conselho Consultor Sénior”. A cerimónia presidida pelo Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, assinalou o encerramento do Ano Nacional da Colaboração. Estes projetos são bem demonstrativos do poder da colaboração no nosso concelho, pois mobilizam as instituições e associações de forma a proporcionar às pessoas mais segurança, mais qualidade de vida e mais felicidade.
– De uma forma breve, poderemos explicar cada um dos projetos?
J.F. – O Município de Vila Verde realizou a 25 de outubro, na Casa do Conhecimento, o evento “Colaborar faz toda a diferença”, onde foram apresentados os projetos Idade Maior, Tardes Digitais, Habitat for Humanity, Chega, Seniores Ativos e Cigagiro. Em todos estes projetos o espírito colaborativo está sempre presente, envolvendo as comunidades, criando dinâmicas que contribuem para uma mudança efetiva de trabalho em rede, permitindo resolver mais facilmente os problemas e otimizando todos os recursos disponíveis.
Sobre o Conselho Consultor Sénior: a criação deste Conselho tem como objetivo a promoção dos direitos das pessoas idosas e a solidariedade de proximidade entre pares. Pretende-se realizar um diagnóstico participado das necessidades e a elaboração de um Plano de Ação. Com base neste Plano serão criadas condições, dentro dos recursos existentes no território, através da realização de parcerias, para promoção do aging in place, que nada mais é do que a capacidade de os nossos idosos continuarem a viver em casa e na comunidade ao longo do tempo, com segurança e de forma independente.
– Vila Verde fica na proximidade de grandes cidades como: Porto, Braga ou Guimarães. Com os aumentos de renda dos imóveis, existe uma deslocalização para os centros urbanos mais pequenos. Considera que esse movimento pode ser dinamizador na economia local e potenciar uma nova realidade social na região?
J.F. – Quando uma família escolhe Vila Verde para construir o seu projeto de vida existem certamente fatores importantes que influenciaram a sua escolha. Vila Verde tem apostado em manter a sua matriz rural aliada a um desenvolvimento sustentável, dando primazia à qualidade de vida dos nossos cidadãos. Equipamentos escolares, desportivos e sociais modernos, zonas ribeirinhas requalificadas e fortes incentivos para a fixação de empresas e criação de emprego têm permitido a Vila Verde ser uma das primeiras escolhas de muitas famílias, o que inevitavelmente se reflete de forma muito positiva na economia local.
– Portugal está na moda e o turismo tem aumentado vertiginosamente. Como essa realidade se tem sentido em Vila Verde e o que tem sido realizado nessa área?
J.F. – Sendo o turismo e a cultura uma aposta estratégica da política municipal, têm vindo a ser realizados um conjunto de investimentos com o propósito de contribuir para o incremento e diversificação da oferta cultural, para a valorização do território e, consequentemente, para estruturação da sua oferta turística. O concelho de Vila Verde, pela antiguidade e riqueza cultural, é detentor de um vasto património, traduzido nos vestígios arqueológicos, na arquitetura civil e religiosa, nos conjuntos rurais típicos, nos aspetos etnográficos da cultura popular, no artesanato, na gastronomia tradicional, na paisagem verdejante e nos rios que o atravessam.
As festas e romarias, os eventos culturais como “Fevereiro, Mês do Romance”, a “Festa das Colheitas” e a “Rota das Colheitas”, o património, o artesanato associado aos Lenços de Namorados e à marca Namorar Portugal, entre outros, revelam o forte empenho no desenvolvimento cultural, social e económico da região.
Estas atividades são oportunidades para visitar o concelho de Vila Verde, conviver com as suas gentes, hospedar-se no conforto familiar do nosso alojamento de Turismo em Espaço Rural, apreciar os sabores e saberes gastronómicos, visitar o vasto património histórico, cultural e etnográfico enquadrados por uma paisagem que não deixa de surpreender os visitantes pelos seus contrastes e beleza, numa emocionante viagem à descoberta da genuína tradição minhota e vivenciar experiências únicas e inesquecíveis.
– Quais os grandes desafios para o município num futuro a curto e médio prazo?
J.F. – Vila Verde já está a trabalhar para vencer os desafios do futuro. A educação, a formação profissional, a melhoria das competências dos vilaverdenses é um desafio a que teremos de dar sempre prioridade. Só dessa forma podemos triunfar num mundo competitivo e global. É essencial a criação de emprego de qualidade, o incentivo ao empreendedorismo, o apoio às pequenas e médias empresas. Temos de proteger os recursos naturais do concelho e darmos o nosso contributo para o desafio global do combate às alterações climáticas e à preservação da biodiversidade. É essencial continuar a reforçar a qualidade de vida dos vilaverdenses. Temos de ter um crescimento económico que seja sustentável, amigo do ambiente.
Muito temos a fazer em termos nacionais, em termos da mobilidade, da melhoria dos transportes públicos. Não podemos deixar ninguém para trás. A inclusão é um desafio transversal a todos as políticas. É essencial trabalhar em rede, fomentar parcerias. A aposta na modernidade, no digital, na inovação deverá continuar a caminhar com as tradições. Não são incompatíveis. Pelo contrário, reforçam-se. Só venceremos os desafios se não perdermos os valores. A família, a solidariedade, a defesa dos direitos fundamentais, terão de ser continuamente promovidos. É também com estes valores e com fortes políticas públicas que fomentem o trabalho em rede que daremos uma melhor qualidade de vida aos nossos idosos e aqueles que mais precisam.