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Qualidade de vida de Vila Verde é grande atrativo económico

Júlia Fernandes conduziu conferência sobre desenvolvimento económico com empresários Carlos Oliveira, António Murta e José Manuel Lopes

Os parâmetros de qualidade de vida no concelho de Vila Verde são um fator de grande relevância para a atratividade de empresas e a dinamização económica do território. É uma mais valia cujo peso sairá fortemente reforçado da atual crise pandémica – segundo os empresários Carlos Oliveira e António Murta, reconhecidos líderes empresariais e promotores da inovação e empreendedorismo.

“Desenvolvimento económico: empresas e empreendedorismo” foi o tema da conferência ‘Vila Verde 2030’ que decorreu com transmissão online na noite desta quinta-feira, sob a moderação da vereadora e candidata do PSD à presidência da Câmara Municipal, Júlia Fernandes.

As condições para o território ser mais competitivo no contexto nacional e internacional, tendo em conta a caraterização do tecido produtivo local e a intensa competitividade e evolução do mercado global, dominaram as atenções da iniciativa, que contou com a participação do presidente da Associação Empresarial do Vale do Homem, José Manuel Lopes.

A qualificação e as competências das pessoas, as acessibilidades e as infraestruturas de comunicação, as facilidades de instalação em áreas industriais, o ambiente e a estabilidade social fazem parte do conjunto de fatores que diferenciam positivamente o concelho, tal como são “extremamente revelantes” as condições de vida atrativas “para empresas e também pessoas e trabalhadores”.

“A qualidade de vida em Vila Verde não tem paralelo, sobretudo quando comparadas com as grandes cidades ou áreas metrópoles”, destacou António Murta, fundador e CEO da Pathena e com uma longa e vasta experiência no lançamento e acompanhamento de empresas na área das novas tecnologias e inovação.

A mais valia tecnológica

A diferenciação pela qualidade de vida ganha redobrado impacto com a intensificação do trabalho à distância e a aposta de grandes empresas mundiais recrutarem serviços a prestar de qualquer ponto do globo, como anotou Carlos Oliveira, que foi secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, presidente da InvestBraga e é atualmente presidente executivo da Fundação José Neves.

“Esta pandemia alargou na sociedade o alcance da tecnologia, aumentou o conhecimento e o uso das ferramentas. Ainda estamos nos primórdios da transformação digital da sociedade, mas demos um salto. Muitas empresas não acreditavam que não era possível fazer negócio sem estar com os clientes sentados à mesa”, referiu.

As novas tecnologias são ainda uma resposta alternativa aos reconhecidos problemas ao nível das acessibilidades rodoviárias, designadamente para os parques industriais em oleiros e a norte do concelho, como salientou José Manuel Lopes, que deu conta da força das micro e pequenas empresas vilaverdenses.

De acordo com os dados mais recentes do INE, o concelho de Vila Verde tem vindo a aumentar o número de empresas: em 2019 contabilizava 5140 PME, com maior predominância nas áreas de comércio, construção, agricultura, indústrias transformadoras, atividade administrativa, alojamento e restauração. José Manuel Lopes frisou ainda o intenso programa de ações de formação que a AEVH está a desenvolver.

Carlos Oliveira, nomeado pela Comissão Europeia para o Conselho Europeu da Inovação (CEI), aproveitou para destacar a oportunidade das empresas se abrirem “à incorporação de tecnologia para fazer melhor e de forma mais eficiente”, salientando a importância de reforçar o esforço para aumentar o valor acrescentado bruto na produção nacional, que “ainda é muito baixo”.

Os participantes na conferência foram unânimes nas críticas ao Plano de Recuperação e Resiliência, designadamente por ser demasiado centralista, nas áreas metropolitanas – sobretudo de Lisboa – e no próprio Estado. “Não é um plano, mas antes um somatório de despesas, à espera de sorte em alguns projetos que apareçam”, lamentou Carlos Oliveira, secundado por António Murta, lembrando que “resta esperar que empresas salvem, como já é costume, o país e a imagem do governo”.