É urgente investir para reforçar o direito das pessoas à mobilidade
Júlia Fernandes conduziu conferência “Vila Verde 2030” com a participação dos autarcas Ricardo Rio e António Vilela e a empresária Paula Teles
Garantir modelos eficientes de mobilidade no concelho de Vila Verde é uma aposta estratégica assumida pela candidata do PSD à presidência do Município. Júlia Fernandes considera que é uma prioridade de particular relevo para a valorização social, económica e ambiental do território.
O investimento na gestão inteligente das infraestruturas existentes e na criação de alternativas sustentáveis para otimizar o direito à mobilidade de pessoas e bens centrou as atenções da conferência online “Vila Verde 2030” que Júlia Fernandes moderou na noite desta quarta-feira, com a participação dos presidentes dos municípios de Braga, Ricardo Rio, e de Vila Verde, António Vilela.
A empresária Paula Teles, reconhecida especialista e pioneira em Portugal em mobilidade urbana e inclusiva, alertou para as crescentes responsabilidades que pendem sobre os municípios, face à incapacidade ou incompetência de intervenção do Estado, com particular destaque nos territórios de baixa densidade.
As barreiras à mobilidade são limitadoras dos direitos dos cidadãos e da liberdade plena das pessoas. Os engarrafamentos de trânsito, as ligações deficitárias dos transportes públicos ou a falta de acessibilidades, incluindo para pessoas com deficiência, surgem como pontos negros a vencer – como reconheceram os oradores.
Investimentos urgentes
A pandemia Covid-19 veio ajudar à sensibilização da sociedade em geral para a oportunidade de alternativas a rotinas e procedimentos que podem incentivar novas soluções que reforcem a eficiência de recursos e da mobilidade. Mas há investimentos urgentes a concretizar.
O serviço dos Transportes Urbanos de Braga foi apontado como uma referência pela capacidade de cobertura do território, mas que está impedido de se estender a outros concelhos.
Ricardo Rio salientou o investimento que tem sido feito nos Transportes Urbanos de Braga (TUB, que ascende a 12 milões de euros por ano e onde têm sido feitos esforços reforçados para a renovação da frota “mais amiga do ambiente” e tendo em vista o objetivo da descarbonização.
Mudar hábitos e rotinas
No entanto, os intervenientes reconheceram que a região é dominada pelo transporte automóvel e individual, apesar de vários estudos sublinharem o reconhecimento da população local quanto à qualidade dos transportes públicos. A necessidade de mudança cultural aplica-se ainda à opção da maioria dos condutores para a compra de veículos a diesel, apesar de defenderem a mudança para veículos não poluentes.
Ricardo Rio e António Vilela mostram-se otimistas quanto a uma evolução progressiva de hábitos, rotinas e até mentalidades, apesar de chamarem a atenção da necessidade de responder a necessidades emergentes, que ainda passam pela construção de melhores vias rodoviárias. É o que acontece em Vila Verde, onde “o Estado tem claramente falhado obrigações no que toca ao investimento em infraestruturas básicas, como são as acessibilidades e as comunicações rodoviárias” – como lamentou Júlia Fernandes.
O aumento de áreas pedonais, ciclovias e ecovias, a modernização de transportes coletivos, melhorar a rede e a eficiência do transporte intermodal são investimentos que os municípios, nomeadamente de Braga e Vila Verde, têm assumido para melhorar a mobilidade no território.
O objetivo é promover um paradigma de mobilidade que dê prioridade aos transportes públicos e meios alternativos. Ao mesmo tempo, o município de Vila Verde tem ainda que se esforçar para compensar a ausência de investimento do Poder Central e avançar com vias alternativas, como o Eixo Norte-Sul e uma nova via que melhorem as ligações aos parques industriais de Gême e Oleiros.